quinta-feira, abril 28, 2011

A Antropóloga - O equilíbrio com a cultura Ilhéu

A pré-estréia de "A Antropóloga" do diretor Zeca Nunes Pires na última terça(26) têm despertado inúmeras críticas positivas. Recheado de ícones do folclore catarinense permeados com muita feitiçaria e lendas populares, o filme mostra os costumes e os hábitos de moradores do interior da Ilha que preservam o misticismo e as crendices populares trazidas pelos açorianos que primeiro povoaram nossa terra. 

A Costa da Lagoa vira o alvo de uma antropóloga (Malu) cética e descrente que tenta se aprofundar em etnobotânica. A cura de uma menina com ervas da mata atlântica por uma tradicional benzedeira local coloca a moça num dilema profundo entre a ciência e misticismo, a razão e a imaginação, a crença e o ceticismo. 

As roteiristas Tânia Lamarca e Sandra Nebelung fizeram uma densa pesquisa e foram extremamente hábeis em tratar um assunto tão delicado que envolve superstição, misticismo e crenças que já duram décadas. Esse é um dos primeiros suspenses produzidos em solo catarinense e equilibra bem o compromisso que filmes realizados aqui têm com a cultura ilhéu.

A Bruxa Tava Solta
Na sessão de estréia somente para imprensa, elenco e convidados uma das salas  apresentou um problema na bobina do filme e interrompeu a sessão durante alguns minutos. Quando o filme reiniciou o rolo que sustenta a película estava de trás pra frente e as vozes dos personagens ganharam um ar maquiavélico ( como quando giramos o vinil de trás pra frente, não tem?) assustando os presentes. Me parece que nesse dias as bruxas da nossa Ilha da Magia se atrasaram para a exibição e deram um jeito de recomeçar o filme. 

#FaltaDizer: As referências ao nosso ilustre Franklin Cascaes também estão na obra de Zeca. Ritos sobrenaturais, superstições e curiosos aspectos de nossa cultura são explorados durante o filme a partir da leitura de contos, textos e gravuras de Cascaes.