quinta-feira, novembro 24, 2011

15 Minutos*

Jerry Hall, Andy Warhol, Debby Harry, Truman Capote and Paloma Picasso
Esses dias eu escrevi o seguinte pro Minimalismo da Oi:

 “A expressão cultura pop não tem uma definição fechada e científica mas daria pra dizer que cultura pop é a média do que aparece na tv, na internet, nas revistas, nos games, no cinema, todo esse conteúdo que funciona um pouco como a linguagem do nosso tempo. A cultura pop sempre foi produzida por profissionais e consumida por nós. Mas uma coisa interessante está acontecendo: a nossa vida está cada vez mais parecida com a cultura pop."

Talvez essa seja uma outra forma de ler a já surrada (mas ainda atual) frase do Andy Wahrol – “no futuro todos terão seus 15 minutos de fama”. Como é amplamente aceito, o futuro chegou, só que os 15 minutos de fama vieram diferente. Me parece que sempre se pensou que os 15 minutos de fama seriam na Rede Globo, no grande jornal da sua cidade, na principal rádio da região. Uma coisa, assim, meio “anônimos no Big Brother”.

Mas parece que aconteceu o contrário. Em vez da vida privada ir pra mídia, os parâmetros de mídia (distribuição em escala, medição de audiência, estética pensada) é que vieram pra vida privada. Não é preciso correr atrás da fama, os conceitos ligados a ela permeiam o nosso dia-a-dia, as nossas relações pessoais, via rede e dispositivos digitais. A fama (ou sua versão made in china) é que ficou sedenta por gente. Ou pela gente. E assim nos abraçou, deixando suas marcas.

Voltando pro texto da Oi:

“Não é só aquele papo de que agora a gente também produz vídeos e músicas em casa, mas é que a nossa vida está servindo de recheio pra blogs e redes sociais, está emoldurada em telas de todos os tamanhos, se transformou na linha narrativa de muitos projetos interativos. Hoje, qualquer foto tem cara de ensaio e até um toque de telefone tem jeito de trilha sonora. Esse é um dos efeitos colaterais que não se esperava da tecnologia: era pra ela deixar a vida mais fácil, mas também está deixando a vida mais pop.”

#Escrito por Gustavo Mini (via Conector)