“Não é justo que o negro
pague sozinho
por este estupro.
pague sozinho
por este estupro.
Também pague o Bial,
pague o Boninho,
pague a TV
de Roberto Marinho.
pague o Boninho,
pague a TV
de Roberto Marinho.
Quem fez a merda,
patrocinou a festa,
trouxe o vinho.
patrocinou a festa,
trouxe o vinho.
Ah, mano, brother,
meu irmão.
meu irmão.
Por causa do crime
o Brasil todo, sim,
ao paredão.
o Brasil todo, sim,
ao paredão.
Inclusive eu,
que faço esse poema
sem jeito.
que faço esse poema
sem jeito.
Perco tempo
com este assunto.
com este assunto.
Eu, sem talento.
Eu, bundão.
Eu, bundão.
Covarde,
sem ter o que fazer
ligo a televisão.
sem ter o que fazer
ligo a televisão.
E vejo.
A toda hora
o Bial citar
o Velho Guerreiro.
o Bial citar
o Velho Guerreiro.
Aquele mesmo
que cuidava do traseiro
da Rita Cadillac
com o mesmo respeito.
que cuidava do traseiro
da Rita Cadillac
com o mesmo respeito.
Com que a câmera come,
hoje em dia, cada silicone,
curva, calcinha.
hoje em dia, cada silicone,
curva, calcinha.
Acho que virei puritano,
melhor eu ficar na minha.
melhor eu ficar na minha.
Só não posso concordar
que apenas o negro
tenha de pagar pelo abuso
coletivo.
que apenas o negro
tenha de pagar pelo abuso
coletivo.
Por debaixo dos panos,
todas as noites,
sempre foi este
o nosso programa
preferido.”
todas as noites,
sempre foi este
o nosso programa
preferido.”
#Poema de Marcelino Freire