À frente de um dos maiores símbolos culturais do Rio de Janeiro, a diretora do Circo Voador Maria Juça fez um desabafo hoje(3/12) nas páginas do jornal O Globo. Apesar de muito bem frequentada por artistas, agitadores culturais e principalmente músicos de reputação inabalável a Lapa ganha destaque na mídia por situações que não lhe pertencem. A violência e o abandono das autoridades tem produzido um cenário decadente neste bairro centenário.
"O abandono e a inoperância com a segurança da Lapa são uma questão cultural. O olhar da administração pública é carregado de preconceitos. A polícia classifica os frequentadores como consumidores de drogas e desordeiros. Seus moradores não são ouvidos. Esse preconceito é consequência da imagem construída ao longo de décadas de histórias folclóricas relacionadas à malandragem, a personagens mitológicos como Madame Satã, Joãozinho da Lapa, prostitutas importadas para os cabarés, travestis com gilete guardada na bochecha.
É comum ouvir da polícia frases como “Isso aqui é um antro”. Por quê? Respondo: porque a polícia não atua. Eles sabem onde estão os pontos de venda de drogas, de maior incidência de assaltos, os esconderijos desses bandidos e quem comanda essa violência. Grupos de moradores de rua se acomodam na Praça dos Arcos, na Ladeira de Santa Teresa e nas ruas Joaquim Silva e do Lavradio."
É comum ouvir da polícia frases como “Isso aqui é um antro”. Por quê? Respondo: porque a polícia não atua. Eles sabem onde estão os pontos de venda de drogas, de maior incidência de assaltos, os esconderijos desses bandidos e quem comanda essa violência. Grupos de moradores de rua se acomodam na Praça dos Arcos, na Ladeira de Santa Teresa e nas ruas Joaquim Silva e do Lavradio."
