Um grupo de artistas catarinenses iniciou um abaixo assinado contra a decisão do governo do Estado de implementar uma extensão da Academia de Belas Artes de Florença em solo catarinense. Alegam que a decisão foi arbitrária e que não houve debate com os profissionais da área. Os artistas-opositores afirmam ainda que a vinda da unidade italiana irá impor as metodologias europeias no ensino das artes sem levar em conta as características e produções regionais. Chamaram até de recolonização artística e cultural.
Acho que antes de mais nada, é necessário a abertura ao diálogo, algo que o idealizador do projeto e secretário de Articulação Internacional do Estado Vinícius Lummertz diz está pronto para iniciar. E deixa claro que o objetivo da implantação da Academia de Belas Artes é "dar o ensino básico na formação dos artistas". Esse grupo de artistas rebelados adotou, de forma precoce, uma postura muito agressiva com um projeto que, ao que tudo indica, trará uma melhor capacitação para artistas em fase de aprendizado resultando numa geração de artistas promissores.
Fico impressionado com a rapidez com que determinados grupos da sociedade se mobilizam para apedrejarem idéias e projetos provenientes de diferentes centros de poder. Criticam quando não há investimentos na área e se manifestam de maneira descabida e desproporcional quando novas iniciativas aparecem.
Ao invés de tratar rapidamente de organizar um abaixo assinado contra a implemetação da Academia, os representantes da arte catarinense deveriam sugerir adaptações à realidade catarinense e contribuir de alguma forma com um projeto que possui inúmeras características positivas.
Dado a miscigenações, o multicultural Hiedy de Hassis Corrêa (1926-2000) estimularia o debate na iniciativa do governo do Estado. Hassis.Vento Sul. 1957.