O casamento é sim uma instituição falida. A frase não é nova nem de minha autoria, mas o casamento que temos hoje, que dá a idéia de posse sobre o parceiro(a) está nitidamente inadequado pro cenário atual. Tudo mudou no mundo menos a igreja e seus valores. E incluo aí o posicionamento da igreja perante ao uso de camisinha, ao aborto, ao uso de células-tronco para pesquisa e....ao casamento! O casamento já foi uma coisa boa. Guel Arraes em seu último filme chamado "Romance" definiu bem através das ótimas atuações de Wagner Moura e Letícia Sabatella esse contrato que é feito quando duas pessoas se casam. Segundo ele as vezes o casal de fato tem tudo pra ficar junto, a química, o sentimento, o astral, a parte financeira ok, tudo! Mas o dia-dia corrói ( vou usar essa palavra mesmo, bem forte) com o que há de bom nessa relação. Seja descontando na parceira dificuldades que são suas e o outro não tem a ver ou renunciando a própria personalidade para agradar a parceira. Casar, na minha opinião, não significa renunciar as suas preferências e ficar refém das preferências do outro. Claro que implica compromissos e responsabilidades e é fundamental que aconteça um diálogo sobre todos os interesses comuns e individuais como amigos em comum, tarefas do lar e etc(...) E se colocar no lugar do parceiro antes de fazer um julgamento, ceder, perceber as necessidades de ambos, estabelecer trocas e tentar caminhar juntos. Fácil, não? Não. Sempre que há alguma dificuldade num casamento, o casal pensa em como fazer pra salvar o casamento ou tentar consertar o fato e esquece de si mesmo. Incrível! Nunca fui casado e nem pretendo casar tão cedo, mas há tempo que eu queria escrever sobre isso no blog por ser um assunto polêmico e instigante. E acho que a minha fase atual permite uma visão diferenciada sobre o tema. A parada é que já começa errado no namoro. Neguinho namora mas é como se fosse casado, as cobranças, os compromissos, tudo como se fossem marido e mulher. Nego não sabe namorar... O cara tá namorando mas a "esposa" não deixa ele sair de casa. Praia? Só as domingos, quando tiver sol (e pouco vento!) e quando não tiver almoço na casa da familia dela. Noite sozinho? Gelada com os parceiros dia de semana?? Pirou moleque?! Esquece... Enfim, acho que é preciso achar um outro meio de formalizar uma relação. E é fundamental que não haja cobranças ou sentimento de posse e que esse relacionamento procure a felicidade de ambos, com direitos e deveres iguais. Mas já tá claro que essa modalidade de compromisso que temos atualmente está ultrapassada e logo logo se tornará obsoleta.