segunda-feira, outubro 12, 2009
Hits, Internet e Dinheiro
Nas últimas semanas, a Lily Allen andou surtando contra quem baixa suas músicas. Vamos ignorar a ironia da mina ter surgido graças ao myspace e outros meios de dar um calote cordial no artista: ela chora de barriga cheia.
Toda vez que a mina aparece de topless e acima do peso nos tablóides ingleses geralmente está em uma praia paradisíaca, não raro em um iate e com um agravante: em pleno dia útil. Mas ela está insatisfeita porque não quer apenas viver de música; quer ser multimilionária.
Essa é uma aspiração comum, porque músicos sempre foram coniventes com o superfaturamento da sua arte. Como tinham exclusividade sobre o produto e a quitanda, as gravadoras podiam cobrar quarenta paus por um disco que custou trinta centavos e o artista fingir que nem era com ele.
É claro que a procura por música é enorme e sempre gerou cifras absurdas, mas a oferta sempre pareceu menor por causa do gargalo das gravadoras. Isso gerou distorções como o proverbial artista mimado que só dá show se a produção cumprir uma lista de exigências, como se fosse um sequestrador de si próprio.
Infelizmente a indústria pornô também vai mal das pernas e outros membros graças a abnegados prestadores de serviço social como pornhub e xvideos, senão seria minha sugestão para Lily mudar de ramo. Sobrou virar laje, uma atividade à prova de pirataria.