sábado, dezembro 26, 2009

Mais não? Talvez...

 O inimigo natural do politicamente correto é o livre arbítrio. Como se sabe, o PC foi criado por cidadãos que confiam demais em sua capacidade de julgamento e nenhuma na dos outros mortais, ou seja, nós.

Natural que as crianças, ainda em fase de formação de caráter e de outros atributos inúteis para a vida moderna, fossem suas maiores vítimas. Por exemplo, existe todo um movimento para proteger nossos filhos da exposição a anúncios na TV e nos gibis.Acho que se as propagandas nos gibis tivessem mesmo todo esse poder de persuasão, eu teria feito todos os cursos por correspondência do Instituto Universal Brasileiro. Também não entendo porque deva haver restrição exclusiva para a criançada, já que aparentemente adultos compram roupas na C&A porque acreditam que a Gisele Bundchen também usa. Qual o sentido em preparar crianças para um mundo sem propaganda? Elas não vão viver em um.

Essas pessoas também subestimam o poder da compreensão infantil. Lembro que muito cedo aprendi a distinguir o universo da publicidade, onde os playmobis voavam, do real, que era regido pelas leis da física e pelo salário do meu pai. Quem precisava do Conar?

Talvez os pais modernos estejam precisando aprender a falar “não” com mais freqüência.
*Escrito por Arnaldo Branco