Swing Maneiro
Acho tão divertido quando eu lembro de casos que eu já tinha esquecido... E esse caso tem bem o perfil do blog, vale a pena contar aqui. E começa bem: Rio de Janeiro, encontro de estudantes de engenharia.
Verão carioca, suor, swing maneiro, pecado e amor. Quem diabos vai querer ver apresentações técnicas chatas enquanto o sol brilha lá fora nos gatinhos sarados? Eu não queria. Na verdade chovia, mas faz de conta que o céu estava aberto, só pra ilustrar. Ainda no campo da ilustração, tente imaginar o que vem a ser um encontro de engenharia. É basicamente a reunião de todos os menos nerds que se permitem uns dias de férias pra morrer de beber na cidade alheia com a desculpa de estar em um evento acadêmico. Evento acadêmico porra nenhuma, it was all about beer. Mas tente imaginar esse clima de muita azaração e curtição com tipo 5% de mulheres. Pois é. Bem-vindos ao paraíso!
O dia todo tinha cerveja e todo dia tinha balada. Só tive algumas poucas horas de sobriedade durante quatro (ou cinco?) dias, foi bem divertido. O Rio nunca decepciona, os caras são sempre gatos e a malandragem carioca é irresistível. Os capixabas, apesar de serem naturais de um estado irrelevante, seguem a escola fluminense de beleza e também são gatinhos. Era um ambiente bem favorável, portanto.
Daí, no segundo dia, rolou uma balada na Lapa. Carioca gato estava disponível. Eu estava bêbada. Carioca gato tinha infinitos vale-drink. Eu queria ficar mais bêbada. Carioca gato era gato. Eu estava em clima de muita azaração e curtição. Carioca gato me dá um beijo. Eu... Bem...
Não lembro mais de muita coisa. Lembro de flashs e de drinks feitos com vodca vagabunda. Depois lembro de conversar com um capixaba gatinho. Depois lembro de estar no carro do carioca gato. E lembro de pensar que não tinha perigo, porque carioca gato estava participando do evento e meus amigos o conheciam e, sei lá, se eu sumisse do mundo alguém ia dar o endereço dele pra polícia... Bizarro como cabeça de bêbado funciona.
Olha, não vou te enganar, não: foi bom. Não foi óóótimo, mas foi bom. "Goshtosa" é um turn on sempre, mesmo saindo da boca do mais idiota dos idiotas. Mas o problema é quando você acorda no outro dia, olha pra cara do sujeito e pensa: "que que eu tô fazendo aqui?!". Carioca gato do dia anterior vira carioca zona-sul playboy no dia seguinte e é muito desagradável. Carioca zona-sul playboy era convencido, ainda mais convencido do que o carioca médio. Carioca zona-sul playboy era folgado, ainda mais folgado que carioca médio. Carioca zona-sul playboy era egoísta, ainda mais egoísta que... Bem, vocês entenderam. A única coisa que eu tinha em comum com a pessoa era o curso que eu frequentava na faculdade, mas nem isso era suficiente pra render uma conversa que prestasse. The day after com alguém que não tem nada a ver com você é basicamente a definição de CILADA.
Obviamente, a gente não se pegou nos outros dias e eu nunca mais ouvi falar em carioca zona-sul playboy. Na verdade, eu até tenho ele adicionado no orkut e de vez em nunca, quando eu resolvo loggar naquilo, vejo a fotinho dele lá. Mas vou confessar uma coisa e espero não ficar com vergonha disso depois: toda vez que eu ouço o Guanacast, imagino que o Guanabara seja gato e parecido com o carioca zona-sul playboy. Acho que as vozes deles são parecidas. E só pra esclarecer, eu nunca procurei foto do Guanabara pra ver e não sei se ele é gato mesmo - se alguém souber, me conta, hehe.
E capixaba gatinho que é bom, não peguei nenhum.
Beba da Fonte