terça-feira, junho 15, 2010

Se Dunga fosse sul africano...

Para completar a festa das grandes atuações, do futebol jogado como deve ser jogado, estreou a gloriosa Itália. Aquilo sim é que é time, tchê. Não ataca, não cria, não se desespera. Sabe que, mais cedo ou mais tarde, uma saída em falso do goleiro rival ou uma cabeçada de um pateta no peito de um de seus defensores trará o triunfo para o seu encarniçado esquadrão. Se alegria ganhasse jogo, a África não seria a indigência futebolística que é. Até japonês deita e rola nos caras, oigalê! Aliás, eu preciso dizer que estou con las pelotas llenas da África. Não se trata de racismo, até porque, antes dos meus vinte e poucos anos de idade, jamais havia visto um preto. E não fosse uma visita de campanha que o ex-governador Alceu Collares fez a Jaguarão, acho que estaria até hoje sem vê-los. Não votei nele, mas racista não sou. Porque, evidentemente, não é possível discriminar o que não se conhece.

Minha implicância com o povo destas bandas não tem a ver a cor da pele, mas com a fixação que eles têm na alegria. O país é miserável? Simbora dançar! A fome campeia? Canta, meu povo, canta! Gol do México? Toca a vuvuzela! Ora, pelos bigodes de San Martín, que palhaçada é essa?! Deve ser por isso que eles contrataram o Parreira pra treinar os Bafana Bafana (santa perobice!...). Querem ver aquele toquinho de bola, aquele futebol limpinho que não leva a nada. Se o Dunga fosse sul-africano, ao ver os indicadores sociais do país, em vez de dançar – atividade que, salvo se for uma chula, coisa típica de macho, homem nenhum deveria praticar – ele cobriria uns três ou quatro ministros de porrada. Ou daria uma cabeçada no peito do bagual do presidente. Por falar nisso, sabem porque o Dunga foi melhor do que o Zidane? Porque, se o nosso comandante tivesse dado uma cabeçada no peito do Materazzi, o desgraçado não estaria vivo. No caso de Zidane, o puto voltou e ainda deu a volta olímpica. Francesinho fresco e pereba...

Falta pragmatismo neste continente. E sem pragmatismo não se faz nada. Por falar nisso, amanhã nosso Brasil vai a campo, para desespero do argentino de Niterói. Meu palpite: 2 x 0. Eu sei, eu sei... Estou muito otimista. Deve ser a alegria insana desses assopradores de vuvuzela que está me contagiando. Malditos sejam!

Beba da Fonte