quinta-feira, janeiro 27, 2011

"Notas de um velho safado"

O carioca Júlio Adler pega emprestado o título da obra de Charles Bukowsky para cunhar um nome ao papo solto que rolou com um dos surfistas mais controversos e talentosos que já subiram em cima de uma prancha e indiscutivelmente o melhor do mundo durante toda a década de 80, o caolho Derek Hynd. Segue abaixo trechos do blablablá com dois "barra pesada" do surf...

Surf sem quilhas

Por que surfar só com essas pranchas sem quilhas ? digo eu, meio já sabendo a resposta. Derek Hynd responde com sarcasmo e alguma superioridade, Eu tava cansado de saber que iria completar cada onda surfada... Precisava de alguma coisa nova, incerta, desafiadora.


O provocador e o futuro
O cara é um provocador nato.
Sua arte, acho eu, é da provocação, tanto quanto o surfe. Melhor dizendo, Hynd usa bastante o surfe como uma forma de provocação, vide o surfe sem quilhas e o fato de ter parado de beber - Na Australia, não beber é ofensa pessoal.
Diz que não assiste mais campeonatos, perdeu o interesse depois de 30 anos sem perder nada, mas abre uma exceção pra ver uma bateria por ano no Pro Junior. 
Dois anos atrás, fiz minha peregrinação até o pro junior, para minha unica bateria que assistiria no ano. Cheguei na praia, vi Jordy Smith surfar uma onda, virei e fui embora.
Eu tinha visto o futuro do surfe, não havia nada mais pra ver ali.
Nesse ano fiz a mesma coisa, queria saber quem era e como surfava o tal do Medina que todos falavam.
Fui até la para ver o fenomeno Medina. Cheguei na praia, ele remou na sua primeira onda, devia ser oitavas ou quartas de final, mal ficou em pé, caiu de cara na prancha.
Resolvi dar mais uma chance.
Medina surfou duas ondas, uma nota 10 e uma nota 9 e tal.
Ele arrasou completamente um surfista australiano muito competente, Dean Bowen.
Fui conversar com um amigo, juiz da ASP, e ele me disse que Medina vai mudar o jeito de julgar as ondas na ASP.


Vôos e contusões

Se ele não souber fazer outra coisa alem de voar, sua carreira vai durartantoquanto sua terceira contusão, profetizou com habitual insolência.
Esses garotos se machucam o tempo todo. Na primeira, passam batido, na segunda, ficam mais cautelosos, na terceira param de voar.