Esse foi um texto escrito por mim para uma cadeira que estou cursando atualmente na UFSC que fala sobre o futuro da língua portuguesa com a entrada em vigência do acordo ortográfico.
Quando divagamos sobre o futuro da Língua Portuguesa, imediatamente somos obrigados a recordar a respeito das ex-colônias portuguesas e sua inevitável herança linguística. As adaptações, modificações e o eminente desaparecimento de alguns componentes da "língua-mãe" originária de Portugal nos colocam em situação delicada para escrevermos sobre o seu futuro. Porém, é possível identificar que tanto o português de Portugal quanto o português brasileiro sofreram mutações que alteraram a pronúncia, a escrita e a gramática de forma irreversível. No Brasil, o português falado recebeu um tempero típico em cada canto do país e muitas vezes soa incompreensível aos próprios brasileiros de outras regiões. São adaptações a serviço da necessidade humana em se comunicar baseado nos costumes linguísticos pré-existentes. Mas o maior obstáculo em definir o futuro da língua portuguesa reside no fato da distinção entre o que é ensinado nas escolas (a famigerada gramática da língua portuguesa) e o que é falado pelos brasileiros. Essa enorme discrepância entre o conteúdo didático e a língua falada fortalece a tese de que a língua falada irá superar (através da descaracterização de palavras, mudanças ortográficas e o desaparecimento de palavras) o que é ensinado nas escolas. Segundo o texto "Que sacuda e arrebente o cordão de isolamento" de Marcos Bagno, é fundamental que o corpo docente das instituições de educação ofereca todas as opções de comunicação escrita e falada aos brasileiros. O que é informal e o que é formal, o correto e o que caiu em desuso para que cada cidadão forme sua personalidade linguística e use-a quando achar adequado. Mas é importante dar ao aluno a opção de usar o tratamento linguístico que achar mais adequado para determinadas situações e não impor o que é gramaticalmente correto e notavelmente incomun no dia-dia.