segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Black Alien - O Timoneiro

Cai o muro de Berlim
E as rádios tupiniquins ainda amarelam de tocar algo assim
Hoje em dia talvez se eu nao estivesse nesse jogo da rima
Estaria a sete palmos abaixo de terra, rosas vermelhas caindo e meus camaradas lá em cima
Sem deixar pegadas ou pistas
Quilos e quilômetros de boas batidas e rimas em 12' polegadas
Bem debaixo de suas barbas, bem debaixo de suas vistas

Olhando pelo olho do meu futuro sogro figuro como figura malquista
Fico melhor na cela como réu do que na sala como visita
Insisto e repuxo ismos
Seios me rechaçam isto, por isso não insista
Blasfeme, esbraveje e mande para aquele lugar
Pois nao há onde nao fui
Bisneto de Alah, neto de Marley, filho de Rui
Organismos, formas genes que rebatem sangue ruim

Deus agradeço por tudo que tenho
Familia e amigos, rascunhos e desenhos
Os negros na casa grande e senhores feudais ralando no engenho
Foda-se de onde venho

Na sua frente estou, pow
Quebrou o espelho, sete anos de azar, vou dar
Um perdido nos que se acham e não têm mais como voltar

Mulheres e crianças primeiro, enquanto eu for o timoneiro...
Mulheres e crianças primeiro, enquanto eu for o timoneiro...

 

Já fui à vários shows do Black Alien aqui na ilha (só no El Divino fui em uns quatro) e vindo do Rio, um lugar onde a cena Hip Hop não é incentivada, a qualidade de suas rimas impressiona. Junto com D2 foi um dos pioneiros no rap fluminense. Curto muito, ao vivo o cara assusta, parece uma máquina de palavras